Depois de um longo tempo, hoje pela manhã resolvi ir à praia e jogar para jogar um baba.
Só lembrando, baba e a maneira como aqui em Salvador chamamos o futebol na praia.
Cheguei cedo, pois a maré embora estivesse baixa tinha a previsão de subir próximo às onze horas. Algumas traves já armadas, reservando os espaços e a espera dos jogadores.
Na primeira oportunidade ao ver um grupo se formado, aproximei-me e devido a estar no início e algumas pessoas ainda não haviam chegado não foi difícil me chamarem.
- coroa, vai no baba?
Até certo período essa indagação poderia me deixar até irritado, mas hoje...
- vou.
Respondi prontamente.
Aos que tem o costume de freqüentar esses babas sem ter um grupo fixo, sabe o quanto é importante qualquer demonstração de intimidade com a redonda antes de começar o jogo.
Aos que me conhecem, sabe que eu não sou essa sumidade toda, porem não fico devendo a muita gente que vemos por ai jogando e maltratando a bola.
Antes do início da partida tive a oportunidade por três vezes de demonstrar essa certa habilidade com dois chutes testando o goleiro e o amortecimento de um balão, chute na bola ao alto dado por outro jogador o qual amorteci sem deixar a bola quicar no chão.
E sem modéstia, que parece que pela necessidade de auto-afirmação a gente vai perdendo um pouco com o passar do tempo, deu para ouvir ao longe o comentário de alguém:
- o coroa joga, viu!
Dos vinte e dois em campo, digo na praia só tinha um concorrente que ficava do outro lado que também era chamando de coroa, onde os demais deviam variar de idade ente os vinte e trinta anos.
Tive ainda o privilégio de me perguntarem a onde eu gostaria de jogar e ser coroa tem suas vantagem que é de não ser muito cobrando no seu desempenho.
Vale lembrar de que o desempenho a que me refiro e o do futebol, pois quanto aos outros somos cobrados desde que nascemos.
Começado o jogo, fizemos logo dois gols, onde o segundo sem modéstia foi meu.
Saí do jogo no segundo tempo onde a maré já estava subindo e tinha um compromisso embora naquele momento estivesse perdendo.
Não me faltaram convites para que daqui a uns quinze dias se quisesse poderia voltar, pois eles estariam ali jogando novamente. Como informação, o grupo era de funcionários da Petrobrás.
No caminho de volta para casa e com o sangue esfriando, os dedos dos pés começaram a doer o que é naturalmente compreensivo, visto que como o futebol passou a ser o meu segundo esporte, o contato com a bola, correr descalço, são coisas que já não faço mais com freqüência.
Outra coisa que pensava quando estava jogando é a preocupação em não me machucar para que me impossibilitasse de correr mesmo que temporariamente.
Mesmo assim valeu e certamente em outra próxima oportunidade estarei na praia batendo o meu babinha e sem modéstia, ainda está podendo demonstrar certa habilidade.
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Autor: Samuel Moreira
Um comentário:
É isso aí, Samuel. Já não jogo futebol a uns 2 anos. Pratico mais o vôlei. O receio da lesão é grande, mas deixar passar bons momentos como este descrito, pode ser tão ou mais dolorido.
Abraço e curta cada momento.
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