Dia 15 de novembro de 2019.
Essa história começou bem
antes desta data.
Estava eu em São Paulo para participar da SP City Marathon
onde faria o percurso só dos 21 km que era a outra opção do evento.
Meu objetivo era fazer uma
avaliação do meu desempenho e como um dos preparativos para a Maratona de
Salvador.
Neste evento, ano passado
participei da Maratona e consegui depois de nove traumáticas e divertidas
tentativas consegui o meu sub 4h.
A corrida teve como largada na
Praça Charles Muller (Estádio do Pacaembu) e a chegada no Jóquei Club.
Era uma manhã fria, mas
dentro do esperado, visto já ter participado inúmeras corridas nesta capital e
não me seria mais novidade.
Em São Paulo, sempre contamos
com a companhia de minha amada cunhada Graça que reside na cidade e como já de
costume, na véspera fica hospedada no mesmo hotel afim de nos fazer companhia e
dá suporte caso necessário.
Já virou tradição.
Normalmente, quando a largada
e chegada são no mesmo local e tem a opção de percurso menores, minha querida e
amada Neuza participa das provas, mas nesta corrida não foi possível.
Em são Paulo e até em outros
lugares, sempre rola um stress por conta do horário da liberação do café da
manhã no hotel, contudo sempre se dá um jeito.
Tudo dentro dos conformes,
dia da prova e eu já estava pronto para largada.
Devidamente aquecido, me
posicionei no melhor lugar possível e foi dado a largada.
O percurso já era conhecido,
pois ano passado havia feito a prova por completo, ou seja, os 42 km.
Segui num ritmo crescente
obedecendo as orientações finalizando os 21 km em 01:41:37, tempo que me deixo
bastante satisfeito.
O resultado existe por
diversos fatores, mas o treinamento é fundamental.
Neste período já estava
fazendo parte como aluno de uma assessoria esportiva a MAXIMUM SPORTS tendo com
treinador JP – João Paulo – Samurai e como facilitador é atleta também e com vasta experiência.
A maioria das provas que
participo em outros estados, normalmente são de bate e volta, ou seja, saindo
na sexta-feira a noite e retornando no domingo à noite.
Já em Salvador, foi trabalhar
normalmente na segunda-feira sem incômodos significativos além das dores
musculares que normalmente sentimos após uma prova longa.
Na terça, havia o treino da
assessoria e por está trabalhando fiz a noite no Farol da Barra com o grupo da
Maximum.
Por ter corrido no final de semana apenas um leve trote, percebi um ligeiro
incomodo da coxa esquerda que após o aquecimento desapareceu.
Esse incomodo foi persistindo
com os treinos seguintes e que sempre aliviava após o aquecimento e depois foi se agravando
e mesmo aquecido persistiam.
Neste período cheguei a participar de algumas provas a base de analgésicos,
mas não tinha jeito.
JP me orientou a procurar um Dr. o qual não me recordo o nome e que após insistentes contatos não consegui atendimento.
A prova alvo de 2018 seria a
Maratona de Salvador, mas a essa altura do campeonato, fui aconselhado por JP a não fazer.
Refleti, refleti e não foram
poucas vezes, mas conclui de que se pago uma assessoria para me orientar e
maratonas ainda teremos aos montes, acatei a orientação extremamente frustrado.
Breve observação:
Aos que me conhecem a pouco
tempo, faço parte de uma grupo onde em Salvador tivemos um projeto para se ter
uma Maratona (Pró Maratona) liderado pelo Roberto da Encarnação
onde numa da Meias Farol a Farol, fizemos o percurso de sairmos do Farol da
Barra sentido a Itapoan ainda ao amanhecer para largarmos juntamente com os
demais atletas na Prova Oficial que seria do Farol de Itapoan até o Farol da
Barra como uma forma de protesto, isso em 02/10/2011.
Vale salientar que este
acontecimento foi uma das grandes emoções que a corrida me proporcionou até então.
Ele me sugeriu então a procurar a Thainá que é fisioterapeuta e é corredora aqui da Assessoria, o que fiz após a realização da Maratona de Salvador.
Thainá é um capítulo à parte.
Antes tinha feito ressonância e atendimento com médicos que detectaram
uma inflamação sendo que no exame de ultrassom nada havia sido identificado.
Embora ter tomado algumas medicações, após o efeito passar, o incômodo
voltava.
Até aí se é que posso dizer, tudo bem.
Agendamento feito parti ainda meio desconfiado para o atendimento na Effective e após quatros
sessões estava curado.
Não foi fácil, foi sofrido, mas valeu a pena.
O atendimento com um profissional qualificado e com um facilitador que é
praticante de esporte e muito importante.
Muito capacitada, didática e paciente, Thainá com alguns golpes se assim
posso definir foi neutralizando aquilo que era o meu maior algoz.
Fiquei curado e segui
mantendo o tratamento, mas agora como uma forma de prevenção e alguns ajustes
posturais e de mobilidade.
Voltando a Maratona de Salvador que já era, e o que me
restou foi a troca da inscrição da Maratona para o percurso dos 10 km.
Agora é que começa a história.
Toda Maratona tem a sua
importância e principalmente a daqui.
Não participar, tinha um
sabor muito amargo.
A maratona em Salvador, mais
cedo ou mais tarde iria acontecer, contudo o Movimento Pró Maratona teve a sua importância
pelo ao menos de chamar a atenção de que em Salvador tinha um grande potencial,
visto ser uma capital que a cada ano crescia o número de atletas
admiradores da corrida.
Dia 15 de novembro de 2019.
Já no sábado final da tarde véspera
da corrida, estávamos nas imediações da largada, pois havia feito uma reserva num
hotel com bastante antecedência como facilitador da logística para a maratona e
resolvi não fazer o cancelamento.
Neuza, minha amada faria o percurso
dos 5 e eu os 10 km.
O pensamento do que iria
fazer no dia, já estava premeditado, pois como não faria a maratona pelo ao
menos gostaria de dá uma força para os amigos que fossem participar e mais
especificamente uma pessoa.
Após concluída a minha prova,
acompanhei Neuza até o hotel, e parti ao encontro do meu principal objetivo do
dia.
Segui pela orla em direção ao
retorno do que seria a volta para segunda parte da maratona onde no caminho
encontrei diversos amigos.
Devagar segui e mais amigos e
amigos.
Foram passando, Largo da
Mariquita, Amaralina, Jardim dos Namorados, jardim Alah e mais especificamente
entre o trecho que liga Jardim Alah ao Aero Clube hoje Centro de Convenções,
avisto o que seria o símbolo de tudo que gostaria de ter feito naquele dia.
Camiseta da Maximum
acompanhada de um fiel escudeiro numa bicicleta que depois vir a saber que se
tratava de um preparador que já a acompanha por algum tempo.
Ali estava ela, e a pouco metros
me veio o pensamento de que como seria aceito, pois estava a pouco tempo na
assessoria e não tínhamos muito contato.
Mas, como o mais importante
era não o que eu poderia ser para ela, mas sim o que ela representara para mim.
Me aproximei e se não disse, pensei:
- Vim aqui te buscar.
Estava muito emocionado.
Por não termos muito contato,
imagino ela não poderia entender direito e o que levaria uma pessoa querer acompanhar a outra
ainda tão distante do fim da prova.
E assim seguimos um ao lado
do outro e a cada quilômetro conquistado tenha a certeza de que aquela efetivamente
era a pessoa que simbolizava o espírito de uma verdadeira maratonista.
Ritmo comedido mais sempre
firme e aos poucos formos nos conhecendo melhor e até descobri de que ela era irmão do cirurgião que operou os meus pés o Dr. Daniel.
Quilômetros e mais quilômetros
foram se passando e a chegada se aproximando.
O Farol da Barra já estava a
vista e nas proximidades do Barra Vento um grupo de atletas da Maximum estavam
a esperar para acompanhá-la até a chegada, aquela, que seria a próxima Maratonista,
a maratonista que me proporcionou um dos momentos mais emocionantes que a
corrida me deu.
Neste momento, após a chegada
dos atletas do grupo, discretamente me despedi dela e do seu fiel escudeiro e
me afastei extremante emocionado e vendo seguir aquela firme e determinada
mulher com destino a linha de chegada.
Com os amigos da Maximum Sports
Não tinha noção do esforço
que fiz, mas foi o que menos me importava e só tinha uma certeza de que corri
ou melhor correram por mim a Maratona de Salvador.
Depois, registrei uma mensagem o que ela
foi capaz de me proporcionar e gentilmente me respondeu onde fiz questão de imprimir e guardar
num porta retrato que deixo junto aos poucos troféus que tenho.
Tenho a certeza, que nenhum deles tem a importante e a representatividade do que efetivamente passei no dia 15 de novembro
de 2019.
O número dela foi o 0191
e se chama Lis Sadyghski, a quem sou eternamente grato.
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