Bem que poderia ser contado como uma
luta.
De um lado o Pilates, representado pela
simpática professora, do outro a Batata Doce, representada pelo Arobil que com
esse nome poucos conhecem, mas como botão, rosquinha, arruela, todos já sabem
do que estou falando.
E assim começa a disputa.
Tinha tudo para ser um dia legal,
rotina legal, hora legal e lá estava eu como sempre pontual para a aula também
legal de Pilates.
Alongamentos a serem iniciados e me
posiciono antes de fazê-los, ficando deitado no chão procurando da melhor forma
possível, de colocar toda a extensão da coluna em contato com o chão.
Até aí, tudo bem.
Seguindo a sequência recolho as pernas
colocando-as para cima e dobando os joelhos como se deitado, estivesse sentado
numa cadeira.
Até aí, tudo bem.
Após alguns minutos nesta posição, algo
começou a me chamar a atenção.
Um barulho começou a aparecer da região
abdominal típica daqueles pré aviso de distúrbio na região.
Até aí, já não parecia estar tudo bem.
Sem ainda analisar muito bem o que
estava acontecendo, ouço a voz da professora:
- Pronto?
- Esse alongamento vai durar a manhã
toda?
Devidamente advertido, me foi passado
algumas orientações dos exercícios iniciais que deveria fazer.
Comecei a pensar o motivo causador e me
veio logo de que naquela manhã, havia comido no café uma porção generosa de
Batata Doce.
A batata doce é um alimento bastante
consumido com inúmeras vantagens para o nosso organismo, porém está entre
alguns dos alimentos mais causadores de gases.
Bom, gases a parte, o ambiente que
fazemos o Pilates não é grande, mas é o bastante para a acomodação tranquila de
6 pessoas e mais a professora que agora já começava a vê-la como adversária.
Ambiente com todas as suas ocupações
preenchidas o que me deixou mais ainda preocupado, além do mais, Neuza (a
patroa) participava também neste mesmo horário das aulas.
O tempo ia passando, passando, as
posições dos exercícios iam ficando mais exigentes.
Comecei a fazer uma parceria com o
Arobil, mas já sabia e era quase uma certeza de que estava literalmente nas
mãos dele, se é que tem mãos ou quando nada nos dedos tipo aquele sinal de OK
agora bem fechadinho.
O Arobil se esforçava e até então não
passava nada e acho que nem sinal de WI-Fi.
O Pilates a cada troca de exercícios,
com aparelhos, depois sem aparelhos forçava mais e já começava a ficar
desesperado.
Uma coisa é certa, que com a idade a
flacidez no corpo em bem perceptível contudo em alguns lugares felizmente não
são tão visíveis assim.
E essa aula que não acabava, parecia
que o tempo havia parado e o meu desespero aumentava.
Comecei a pensar já numa maneira de
disfarçar o que a cada momento parecia se inevitável.
Soltar uma flatulência, ou seja, um pum
poderia ser um desastre e mais desesperado eu fico até por não saber das suas
proporções acústicas o que causaria um grande constrangimento.
Já pensou se acontecesse o indesejável
como ficaria conhecido e as brincadeiras?
Lá vem o peidão;
Ou então,
Tampem o nariz que o peidão chegou,
E tome-lhe exercícios, o Pilates
massacrando.
A professora já não era mais tão
simpática assim.
O nocaute parecia eminente.
Quando de repente, ouço aquela voz ao
fundo:
- Pode se alongar.
Achei que teria sido salvo pelo gongo,
mas ainda sem ficar totalmente de pé, a professora diz:
- Não é com o senhor, é com ela que
começou primeiro.
- O senhor ainda terá que fazer mais
um.
Já estava literalmente nas cordas,
praticamente sem reação e totalmente nos dedos do OK, lembra?
Finalmente aos trancos e barrancos
consegui concluir a sequência e fui liberado para fazer os alongamentos finais.
Logo em seguida tem uma curta seção de
massagens feita pela professora num aparelho chamado de Ladder Barrael (Barril
Escada) onde literalmente você fica curvado para que ela possa fazer
manipulações ao longo das suas costas.
Ladder Barrel - Barril Escada
Vendo a imagem do aparelho dá para
perceber o grau de compressão que iria ocorrer na região abdominal sem contar
com a quase total explicites do arobil se eu não estivesse é claro, vestido.
Felizmente, para a finalização da aula,
este procedimento pode ser abortado a depender da desculpa que você possa dar.
Como a patroa que participa da aula
também no mesmo horário e já havia concluído, joguei a responsabilidade para
ela e disse:
- Professora, ela tem um compromisso e
por isso não vou puder fazer.
Ela me respondeu:
- Tudo bem, então até a próxima aula.
Após cumprimentarmos a todos, déssemos
a escada em direção ao estacionamento e atendendo a suplicantes pedidos da
patroa, seguimos para casa com os vidros do carro totalmente abertos.
Como a batalha se deu nas dependências
da sala de aula do Pilates, entendo que o Arobil ganhou, mas se houvesse alguma
prorrogação até a chegada em casa, teria perdido, e feio.
E olha, bota feio nisso.
Quando nada fica o alerta a vocês, pelo
ao menos no meu caso, Pilates e Batata Doce não combinam.
2 comentários:
Nossa!! Que sufoco.
É bom ficar atento mesmo.
Vai que a coisa se complique.
Que bom que você se saiu bem nessa.
Nada de batatas em dia de aula viu.
Aquele abraço sem... deixa pra lá
G
Boa dica! Gosto de batata doce e estou fazendo pilates. Huummmm pela sua experiência eles não se combinam. Que sufoco em compadre! Esse ficou na história!...
Postar um comentário